O Sindicato dos Engenheiros no Estado de Minas Gerais (Senge/MG) manifesta sérias preocupações em relação a uma possível jogada audaciosa de agregar à Eletrobras, a Cemig e a Copel.

O alerta foi feito pelo jornalista Luís Nassif que, em sua coluna do dia 6 de junho/23, disse estar em curso uma proposta (que ele chama de balão de ensaio) por meio da qual o governo abriria mão da reestatização da Eletrobras em troca de um adiantamento na conta que permite redução de tarifas.

O temor maior seria de que a agregação de outras empresas, como Cemig e Copel, nas mãos de um grupo econômico considerado inescrupuloso, resulte em uma concentração excessiva de poder.

Destaca-se a liderança nesse processo de Jorge Paulo Lemann, cujo modelo de negócio, baseado no caso Americanas e Ambev, prioriza o aumento imediato de dividendos em detrimento de investimentos em inovação, recursos humanos e fortalecimento da rede de fornecedores. Essa abordagem, voltada para o valor de mercado no curto prazo, pode comprometer o desenvolvimento sustentável da empresa e sua contribuição para a economia brasileira.

Ainda mais preocupante é o impacto que essa jogada poderia ter no setor elétrico e na sociedade como um todo. A energia contratada, destinada a pequenos consumidores e residências, poderia ser prejudicada, enquanto as grandes empresas esperam se beneficiar do mercado livre. No entanto, esse mercado é instável e sujeito a flutuações decorrentes de fatores como condições climáticas. A dependência das grandes estatais e de seus reservatórios para garantir o equilíbrio do setor elétrico seria comprometida.

O Senge/MG ressalta que a privatização do setor elétrico brasileiro, com a entrega de empresas estratégicas nas mãos do grande capital especulativo, pode resultar em uma concentração excessiva de poder, manipulação do mercado e falta de investimentos sustentáveis. É essencial que essas questões sejam amplamente debatidas, considerando não apenas os aspectos financeiros, mas também os impactos sociais, ambientais e estratégicos envolvidos.

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