Aumento abusivo, gasto descontrolado e exclusão do plano: como as mudanças na Cemig Saúde vão afetar 50 mil vidas

Desde que as patrocinadoras iniciaram uma verdadeira blitz de alterações na Cemig Saúde, 50 mil pessoas estão correndo risco. São mudanças que cortaram direitos; elevaram gastos com criação de novos planos; ameaçam exclusão dos de renda mais baixa, pensionistas e aposentados; e sinalizam com um brutal aumento de mensalidade em breve.

Aumento brutal e exclusão de 20 mil

A direção da Cemig Saúde já avisou que prepara um aumento para todos os planos. Como dissemos, 50 mil pessoas (entre titulares e dependentes) serão atingidas. Considerando os cálculos da própria Cemig Saúde, é previsível que pelo menos 20 mil delas não conseguirão arcar com os custos e serão economicamente excluídas do plano.

O reajuste negativo serviu para reduzir a contribuição da patrocinadora, beneficiando apenas a Cemig, e reduzir a receita do plano, gerando déficit.

Não para por aí.

As patrocinadoras modificaram o Estatuto permitindo que o plano possa receber beneficiários de qualquer órgão controlado pelo Estado, já em estudos a permissão para os beneficiários do BDMG que, em média, são mais velhos que os da Cemig Saúde. Vão envelhecer o plano e quem vai pagar a conta é o PSI.

Privatização e dividendos

A Cemig tem tido resultados bilionários, realizado investimentos recordes, obtido grau de investimento e está entre as empresas destacadas por distribuir grandes dividendos.

Os movimentos recentes da direção da Cemig e do governo Zema indicam que a empresa será, ainda mais, uma “máquina de pagar dividendos”. Lembrando que a maioria dos acionistas é estrangeiro e não tem compromisso com tarifas módicas e bons serviços. Pelo contrário, quanto mais gerar dividendos, melhor. A ordem, portanto, será aumentar tarifas e piorar os serviços.

Cemig garantiu PSI em PDV de 2022 e quer quebrar acordo

O direito ao plano de saúde é assegurado em Acordo Coletivo Específico (ACE) desde 2002, tendo sido renovado automaticamente todos os anos e tendo sido reafirmado em 2010 e 2016. Além do ACE, a Cemig garantiu este direito em vários programas de desligamento (PDV), inclusive no mais recente, em 2022.

Assim, o governo pretende dar calote no compromisso acordado com os trabalhadores para distribuir mais dividendos para os acionistas, retirando recursos da saúde dos trabalhadores brasileiros/mineiros e seus familiares

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