O programa Senge 20 Minutos recebe novamente a economista Clarice Campello de Melo Ferraz, pesquisadora associada do Grupo de Economia de Energia do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretora do Instituto Ilumina.
Clarice aborda temas centrais do setor elétrico brasileiro, analisando os desafios e transformações enfrentados por esse setor estratégico para o desenvolvimento do país.
A economista apresentou uma análise histórica, lembrando que o setor elétrico foi planejado para fornecer uma rede de energia robusta e acessível, essencial para impulsionar a industrialização e a urbanização do Brasil, contribuindo para a redução das desigualdades e o crescimento econômico. No entanto, segundo ela, ao longo dos anos, políticas de desestruturação e terceirização comprometeram esse propósito, acarretando diversas consequências.
Matriz energética e a energia nuclear
A discussão inclue a energia nuclear como uma possível fonte para diversificar a matriz energética nacional. Clarice observou que, embora a energia nuclear seja uma alternativa limpa, os altos custos associados tornam sua adoção menos viável, especialmente num país com tantas demandas prioritárias em outras áreas. Para ela, é mais estratégico investir em fontes de energia economicamente acessíveis e de impacto imediato, dadas as atuais necessidades energéticas e os desafios de infraestrutura no Brasil.
Clarice também destacou o trabalho do Instituto Ilumina, que promove o debate público sobre o setor elétrico e conscientiza a sociedade sobre os riscos e impactos da desestruturação do setor. O site do Ilumina tem se tornado uma ferramenta importante para disseminar informações, incentivar o engajamento social e propor soluções. Ela incentiva o apoio ao projeto, inclusive por meio de doações, para expandir a presença digital da organização e alcançar um público maior.
A economista reforça a importância da união entre engenheiros e demais profissionais do setor elétrico para enfrentar os problemas decorrentes da terceirização e da precarização das condições de trabalho, que têm levado à escassez de profissionais qualificados e ao aumento de acidentes de trabalho. Para ela, políticas de capacitação e valorização da engenharia nacional são essenciais para garantir uma infraestrutura energética segura e sustentável.