O conjunto dos empregados que compõem a força de trabalho da Cemig recebeu, na tarde da última quarta-feira, 16 de junho, uma notícia estarrecedora, porém, nada surpreendente: a demissão, por “justa causa”, do nosso CAREDE – Conselheiro de Administração Representante dos Empregados.
Funcionário de carreira concursado há mais de 35 anos na empresa, ele foi eleito democraticamente pelos seus pares, empregados da ativa, no ano de 2019. Assim como outros tantos que ocupavam posições estratégicas na empresa, e tiveram tratamento semelhante, a presença do empregado no Conselho devia estar sendo vista como um obstáculo para a consecução dos objetivos nefastos da turma de forasteiros que dirige hoje a Cemig.
Para demitir o conselheiro, os gestores valeram-se de uma sindicância não conclusiva, instaurada em 2019, a respeito de um Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento datado de 2010. Ora, se a sindicância remontava a 2010, o mesmo não deveria ter sido “excluído” do processo de escolha de conselheiro já na fase de habilitação para sentar-se àquela cadeira no conselho?
Mas não, essa diretoria de suposta conduta “ilibada”, resolveu expurgar a “ameaça” do seu quadro de empregados e, consequentemente, do Conselho de Administração, enquanto ainda era tempo. Seria temerário mantê-lo por perto às vésperas de uma possível CPI? São muitas as perguntas a fazer.
Excluindo-se a gravidade do fato político e incidente empresarial, resta-nos indagar:
- 1) Quais seriam os reais motivos deste desligamento?
- 2) Se essa gestão pretende avançar em qualquer processo de caráter estratégico, por quesempre exclui profissionais de carreira dessas discussões?
- 3) Por que a turma do presidente Reynaldo Passanezi se transveste de transparência, masrealiza todos os processos na obscuridade?
Dito isso, as entidades que representam os empregados e assinam conjuntamente esta nota denunciam e repudiam, mais uma vez, a condução de todos os processos administrativos recentes de desligamento de empregados de carreira da Cemig, concursados e empossados. As faltas de transparência e de motivação explícita, bem como o sagrado direito à ampla defesa são pontos comuns a essas ações de perseguição, coação e todo tipo de “assédio moral”.
Ainda que alijado e cerceado de quaisquer explicações sobre essa verdadeira “caça às bruxas”, as entidades representativas jamais se calarão diante desse que é um dos mais graves ataques aos trabalhadores da Cemig em toda a sua história.