O Brasil não se cansa de taxas negativas em se tratando de desemprego. O que só mostra que as reformas iniciadas por Temer e continuadas por Bolsonaro e seu ministro ultraliberal Paulo Guedes são um desastre para os trabalhadores brasileiros.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou, nesta sexta (27), que a taxa de desemprego no trimestre encerrado em setembro atingiu 14,6%. É a maior marca da série histórica da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, que calcula a desocupação oficial do país desde o início em 2012.
Em termos absolutos, no período apurado eram 14,1 milhões de pessoas em busca de uma vaga de trabalho. Em comparação com o segundo trimestre, houve um aumento de 1,3 milhão de pessoas.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, repercutindo a pesquisa do IBGE, “os desalentados, ou seja, que desistiram de procurar emprego por acreditarem que não vão encontrar uma vaga, somam agora 5,9 milhões, um recorde, e aumento de 3,2% (183 mil pessoas) na comparação com o trimestre anterior. Analisando o desalento do mesmo período do ano passado, o quadro é ainda pior: alta de 24,7% (1,2 milhão de pessoas).”
Os subutilizados, – trabalham menos horas do que gostariam-, ainda segundo o periódico, subiram 3,9% (1,2 milhão) frente a junho e agora são 33,2 milhões de brasileiros. Comparando com o mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 20,9% (5,7 milhões).
A população ocupada também atingiu o patamar mais baixo da série histórica, com 82,5 milhões de brasileiros, queda de 1,1% (880 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 12,1% (11,3 milhões) com a mesma época do ano passado.
O nível de ocupação —taxa que calcula a proporção de pessoas ocupadas dentro da população em idade de trabalhar— também foi o mais baixo da série, chegando a 47,1%, queda de 0,8 ponto percentual quanto a junho e 7,7 p.p. frente a setembro de 2019.
A população fora da força de trabalho também atingiu o maior nível da série: são 78,6 milhões de brasileiros, 785 mil a mais que o trimestre anterior e 13,7 milhões frente ao mesmo trimestre de 2019.
Vale lembrar que os indicadores já estavam baixos antes mesmo que os efeitos da pandemia de Covid-19, que eclodiu em março no Brasil, fossem sentidos no país.
A política econômica antitrabalhador em curso no país mostra que o que está pior pode continuar piorando. Milhares de engenheiros pelo país sentem isso na pele. Até quando isso vai durar depende de todos nós.