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Falência da Oi durou apenas 4 dias

Por Luis Borges*

A falência da operadora de telefonia Oi, decretada pela 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em 10 de novembro, foi suspensa pela Primeira Câmara de Direito Privado do mesmo tribunal em 14 de novembro. A Corte atendeu aos recursos dos bancos Bradesco e Itaú, dois dos principais credores da empresa.

Os bancos argumentaram em seus recursos que a decretação da falência prejudica os credores e o interesse dos clientes da Oi. O banco Itaú, credor de R$ 2,1 bilhões, ressaltou que a empresa presta serviços relevantes em telecomunicações e infraestrutura. Os bancos mostraram também que a medida não permite negociação da operadora com a Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel e a União para resolver suas pendências financeiras, o que impossibilitaria definitivamente a retomada das suas atividades.

Em sua decisão, a Desembargadora Mônica Maria Costa afirmou que “dentro das proporções atuais, há liquidez e viabilidade mínima para que, dentro do processo de recuperação judicial, sejam equalizados, da melhor forma, o pagamento dos credores”.

Vale lembrar que a Oi entrou em recuperação judicial pela primeira vez em 2016, com dívidas de R$ 65 bilhões, e concluiu o processo no fim de 2022. Entretanto, a empresa continuou com uma dívida de R$ 44,3 bilhões, o que a levou a solicitar nova recuperação judicial no início de 2023.

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A COP 30 e os oceanos

A Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas – COP30 caminha para o fim tentando chegar a um acordo sobre os recursos financeiros que os países ricos destinarão à implementação das metas que deverão ser estabelecidas.

Finalmente a relação entre os oceanos – que cobrem 70% do planeta – e as mudanças climáticas ganharam mais espaço durante a conferência. Entretanto, ficará sem aprofundamento na agenda oficial do evento a presença do plástico nos mares, a maior causa de sua poluição. Segundo um estudo da Revista Nature, o plástico emite cerca de 3,4% dos gases causadores do efeito estufa e representa 85% de todo o todo lixo que chega aos oceanos. Já segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – Pnuma, pelo menos 10 milhões de toneladas de material plástico param nos mares todos os anos. A previsão é que a quantidade de resíduos triplique até o ano de 2040, comprometendo o papel de regulação climática cumprido hoje pelo ambiente marinho.

Se nada for feito…


Luis Borges é Engenheiro Mecânico formado pela UFMG, professor universitário de carreira encerrada, consultor especialista em Gestão Estratégica de Negócios, mentor e torcedor do América Futebol Clube.Vive no reino das palavras, da música, do teatro e do conhecimento, em plena era da incerteza e de permanentes mudanças e reposicionamentos estratégicos.

Blog: https://observacaoeanalise.com.br

*As opiniões aqui expressas são de total responsabilidade do autor, não correspondendo necessariamente, às do Senge-MG.