A Federação das Indústrias no Estado de Minas Gerais (Fiemg) insiste em não enxergar engenheiras e engenheiros como peças importantes na engrenagem de manutenção e desenvolvimento de suas empresas. E adota, mais uma vez, a linha de corte para os profissionais representados pelo Senge-MG como contraproposta nas negociações de data-base 2025.
Na contraproposta aos sindicatos representativos dos trabalhadores da indústria, entregue ontem, 5 de novembro, foi anunciado reajuste de 5,10% (INPC) a partir de 1º de outubro, com faixa de corte em R$8.185,00, quando passa a vigorar uma parcela fixa de R$418,00.
O Senge-MG discorda da contraproposta e a submeterá à categoria que, em 2023 e 2024, rejeitou a linha de corte em assembleia, motivo pelo qual o Sindicato não aderiu à CCT.
Com piso garantido em lei, embora congelado pelo STF em R$10.302,00, engenheiras e engenheiros podem ter certeza que o sindicato sempre os amparará na garantia de seus direitos.
A política de achatamento salarial praticada pela Fiemg já é antiga e passou de todos os limites. Certa de ter em suas mãos o Congresso Nacional e a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em conjunto com outros setores empresariais, essa ciranda de maldades só terá fim quando trabalhadoras e trabalhadores deixarem de votar em candidatos patronais a cada eleição para o legislativo.
Para entidades como a Fiemg, só mesmo o rigor da Lei.
Lei essa que só fica a favor dos trabalhadores quando temos deputados e deputadas sensíveis aos desejos e necessidades desses trabalhadores, já que os políticos que hoje estão no poder tiraram até a garantia de recomposição salarial por índices oficiais.
Restaram as negociações. E, no campo negocial, a Federação das Indústrias é fria e desrespeitosa. O retrato do atraso e do coronelismo empresarial.