O engenheiro civil pela UFMG e mestre em transportes pela Coppe/UFRJ, um dos mais experientes profissionais de engenharia do tráfego e transporte do país, Eduardo Coelho Soares, foi o convidado do Senge-MG para uma palestra no Senge-MG, na última terça-feira, 9/9.
Parte de uma das mais capacitadas gerações de profissionais da área, que teve na extinta Plambel (Planejamento da Região Metropolitana de Belo Horizonte) seu núcleo precursor, Eduardo Coelho esteve também na equipe inicial da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte S/A (BHTrans), que surgiu após o fim do sonho metropolitano de transporte integrado, e que hoje se encontra esvaziada pela Prefeitura de Belo Horizonte.
Eduardo Coelho é adepto da Escola Européia de engenharia de tráfego nas áreas urbanas, a qual, face às peculariedades das cidades com sua consolidação histórica e cultural, trabalha com soluções inteligentes sustentadas em parâmetros matemáticos e de traçados de engenharia.
“Não deixar engarrafar em pontos críticos, para melhorar o fluxo do sistema viário como um todo, é uma dessas saídas em áreas urbanas adensadas”, aponta. Na sua apresentação (cuja cópia você aqui), ele mostrou a solução em um cruzamento de Recife, a qual pode ser reproduzida em Belo Horizonte, visto que atualmente Metrics, empresa da qual é um dos sócios está licitada para analisar e requalificar o sistema semafórico da capital.
Assim, no lugar de semáforos de muitos tempos, simples mudanças de direção, podem, por exemplo, minimizar grandes retenções. Criar pequenas retenções em cruzamentos anteriores aos pontos críticos também ajudam a melhorar o tráfego. Dessa forma, segundo Eduardo Coelho, nós podem ser desatados.
Ele expôs, também, sobre a Escola Americana de engenharia viária, imbatível em nível rodoviário, mas que requer grandes espaços livres para construção de viadutos e outras soluções de obras de engenharia.
Questionado sobre a diminuição de velocidade nas áreas urbanas com solução, ele entende que isso só vai criar mais “pelotões” de engarrafamentos. “A velocidade média da Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, é de 18 km/h, com a máxima permitida de 60 km/h. Se ela cair pela metade, a velocidade média vai cair para mais da metade. Assim, o pedestre chegará mais rápido que os carros ao ponto desejado muitas das vezes.
Por fim ele lamentou o esvaziamento atual da BHTrans, impactando no controle semafórico, dentre outras coisas. Se algo não for feito, segundo ele, quem acha que está hoje está ruim, vai sentir falta do ruim amanhã. Veja isso, e muito mais, no vídeo da palestra.